Google Wave – entendendo um pouco

O serviço que tem de tudo um pouco.
Eu já tenho experiência com internet desde 1997 e sempre tive muito interesse por qualquer serviço de relacionamento, desde o simples bate-papo, até o que temos hoje com as completas e complexas redes-sociais. O e-mail é um dos serviços mais antigos da internet como a conhecemos hoje – tem mais de 40 anos – e a Google achou que precisava de uma reformulação (ao menos essa foi a proposta deles). Mas o que há de novo e velho no Google Wave?

Se olharmos este novo serviço da Google bem de perto, veremos que as novidades são poucas ou quase nenhuma. O que podemos mesmo perceber é que fizeram uma ferramenta de convergência, tentando juntar o que há de melhor nas redes-sociais, comunicadores, fóruns e e-mail. Como a Google anunciou que esse serviço seria “o e-mail, caso fosse inventado hoje”, sua primeira funcionalidade é a comunicação e troca de informação direta, mas bem mais dinâmica e participativa.

 

Do e-mail ao Gmail

O “antigo” e-mail é uma forma de contato linear, que é praticamente a versão digital dos correios, uma carta eletrônica, como já diz o nome.Você envia e recebe contatos e respostas sobrepostas. Basta olhar para a sua caixa de entrada: um e-mail enviado por alguém e suas respectivas respostas e outros contatos são organizados cronologicamente. Se você responder um e-mail qualquer, ele está na pasta de enviados e tudo cronológico.

Quando a Google comprou o Gmail a proposta foi transformar os contatos em formato de conversas e organizá-los conforme eles se agrupam e se complementam. A caixa de entrada pode conter e-mails enviados e as respostas recebidas agrupam tudo como uma conversa, o que facilita a pesquisa ao deixar mesmo os e-mails antigos acessíveis e catalogados.

 

Do ICQ ao MSN/Gtalk

Conversar diretamente com as pessoas por textos é o que mais se faz na internet. Isso começou com o velho ICQ (que, por incrível que pareça, ainda existe). Funcionava exatamente como o MSN, adicionando pessoas/amigos, que antes eram apenas números. Você vê quem está on-line e pode conversar diretamente com elas numa janela restrita e até ver se estão digitando.

Esses comunicadores evoluíram e ganharam o uso de Webcam e microfones, compartilhamento de arquivos/imagens e até englobaram a comunicação off-line e por e-mail – uma boa integração de serviços.

 

Dos fóruns às redes-sociais

Mas o que atrai mesmo hoje são os fóruns e a capacidade de atrair muita gente interessada em certos assuntos e troca de informações em um ambiente de debate/compartilhamento. Isso levou ao surgimento e popularização dos Blogs como uma lugar de agregar pessoas em torno de assuntos controlados não por grandes empresas, mas pelo usuário comum – o que chamamos hoje de democratização da informação.

E o constante crescimento e popularização da internet fez surgir as redes-sociais como uma forma de contato direto e publicação de sua imagem pessoal à quem possa interessar, bem como manter contato com amigos e pessoas de seu nicho. A expressão máxima disso é hoje o Twitter (siga o perfil desse blog: @guiagooglewave), que de forma objetiva e simples, faz várias pessoas se comunicarem, mesmo que não estejam em uma mesma lista de contatos/seguidores e seguidos.

E o Google Wave com tudo isso?

Se olharmos, como propus no início, bem de perto, veremos todas essas características nesse serviço. Muitos hoje questionam a utilidade do Google Wave e se realmente vai emplacar. Terá o seu valor por ser uma ferramenta que quer incorporar serviços e organizar o que já fazemos em outros. Serve tanto como um simples e-mail e troca linear de informações/conteúdo/conversas; pode ser um comunicador que dá às conversas a possibilidade de saírem da janela limitante e oferecer nova dinâmica; e, como acredito ser mais útil, será como a rede-social completa e direta para debates ou mesmo a simples troca de textos públicos como se faz no twitter, mas sem pretender ser um micro-blog.

Assim, a palavra que pode descrever melhor esse serviço, talvez seja “Convergência”.